sábado, 18 de junho de 2011

Estava na sala de aula quando um aluno, Kevyn, de 6 anos, veio me contar sobre o dente dele que havia caído:
--- Tia, meu dente caiu...
--- É..., e aí, o que você fez?
--- Eu joguei no telhado e fiz um pedido...
--- Humm, o que você pediu?
--- Pedi para o meu pai e a minha mãe voltarem a ficar juntos.
Eu o abracei, lhe dei um beijo no rosto, e lhe disse que mesmo que seus pais não voltassem a morar na mesma casa, eles continuariam gostando dele da mesma forma, porque ele era muito querido por eles...
--- Vai brincar vai, vai lá bagunçar com seus amigos...
Olho para a estagiária, e retomando a minha série de dicas pedagógicas, digo a ela:
--- Dica número 13: evite chorar na frente dos alunos.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

INCLUSÃO CRITICADA POR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Pessoal,

retirei este texto do blog http://todomundomuitagente.blogspot.com/2011/05/manifestacao-de-surdos-em-brasilia.html#comments


e fala sobre a inclusão sob o ponto de vista dos portadores de deficiencia auditiva, que a criticam e a rejeitam.


O Jornal da Globo Bom Dia Brasil do dia 19/05, trouxe a reportagem a seguir:

Edição do dia 19/05/2011

19/05/2011 08h52 - Atualizado em 19/05/2011 21h42

Brasília debate se surdos devem estudar em escola regular ou especial

O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ACHA QUE ELES DEVEM ESTUDAR NAS REGULARES.

ESPECIALISTAS, EDUCADORES E OS PRÓPRIOS ESTUDANTES PREFEREM AS ESPECIAIS.

Nesta quinta-feira (19) tem um debate importante em Brasília - que vai definir o rumo da educação para os alunos surdos. Eles devem estudar em escolas regulares ou especiais?

O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares, mas com algumas exceções. Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.

Você deve se lembrar do quadro do ‘Fantástico’, o Jogo Falado, que revelava o que técnicos e jogadores de futebol não queriam que ninguém soubesse. João Gabriel era um dos estudantes surdos que fazia a leitura labial das conversas. Hoje, ele joga no time dos que defendem o direito dos surdos a uma educação básica só para eles.

O Brasil tem duas línguas oficiais, a dos ouvintes e a dos surdos, que é a chamada língua dos sinais. A comunidade dos surdos acredita que a formação básica dessas pessoas merece também um modelo especial de educação.

João Gabriel e outros alunos que falam em silêncio estudam em uma escola bilíngue, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio. Uma tradutora explica o que o estudante está falando.

“A nossa primeira língua é a língua de sinais, e o português vem como segunda língua. É muito melhor quando a gente tem essa língua de sinais, que a gente consegue contextualizar os acontecimentos. Temos esse direito, merece essa comunicação”, diz.

A Universidade de São Paulo (USP) fez uma avaliação do desenvolvimento escolar dos surdos. Nove mil surdos de 6 a 25 anos fizeram prova em 15 estados, durante 11 anos. Os resultados mostram que as crianças surdas aprendem mais e melhor com professores e colegas que usam a língua de sinais, chamada também de libras.

“Se a criança for removida de sua comunidade escolar lingüística e colocar entre colegas que não a entendem, essa criança vai se embotar emocionalmente”, diz Fernando Capovilla, da USP.

Laura Pereira de Souza matriculou o filho em uma escola regular, mas não deu certo. O menino agora estuda no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Inês).

“Diferença muito grande. Aqui é para surdo, deficiente auditivo, e a inclusão surdo. Eu, mãe falando, acho não vai dar certo”, opina Laura.

O MEC pretendia fechar a escola do Ines, referência nacional para os surdos. O ministério defende a inclusão de crianças surdas nas escolas regulares. Depois recuou em relação à escola do instituto, mas os outros colégios para surdos no país continuam ameaçados, segundo o vice-presidente da Feneis, Paulo Bulhões.

“Se fechar escolas básicas para educação especial vai ficar muito ruim”, aponta.

A atriz Marieta Severo também entrou na campanha nacional pela manutenção das escolas especiais para surdos.

“Minha irmã é deficiente auditiva, foi a minha primeira motivação. É muito importante que eles possam ter toda a capacidade deles de se desenvolverem, e não estarem dentro de uma sala em que não poderão ter todas as oportunidades de desenvolvimento”, diz a atriz