Ontem, caminhando até a cafeteria, vi na ultima esquina da Frei Gaspar, próxima à praia, um grupo de adolescentes numa roda, como que combinando algo. De repente, um deles grita para outro que está distante, na outra calçada, "...olha pro outro lado!", e um deles sai da roda, corre na minha direção, e sobe numa árvore. Os demais, espalham-se entre os carros, abaixam-se e esperam. E, antes de atravessar a rua, vejo o menino que olhava para o outro lado, parar de "bater a cara" na parede e partir para descobrir onde os amigos se escondiam....Início da noite em São Vicente, e os meninos brincam de esconde-esconde. E eu, nostálgica da sensação de se esconder e ser encontrada, fico feliz por ver que a rua insiste e resiste.
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segunda-feira, 2 de setembro de 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Estava na biblioteca explicando aos alunos do nível I (4 anos) sobre a leitura de um livro que
faríamos quando vi a diretora passar carregando duas caixas de papelão
enormes, indo em direção à lixeira.
Levantei, rapidamente, e da porta pedi a ela que não jogasse as caixas fora,
que deixasse por enquanto no pátio que, no dia seguinte, com a minha turma
regular, eu brincaria de carrinho.
Voltei para a roda, e antes de
iniciar a leitura, um menininho com carinha de curioso, o Gustavo, me
perguntou:
--- Tia, a senhora disse para a
tia diretora que vai brincar de carrinho com aquelas caixas?
---Sim, vou, mas vou brincar com
a minha turma da manhã....
---Como vai fazer para brincar de
carrinho?
Eu olho com espanto para ele e
pergunto para todos:
---Vocês sabem como se brinca de
carrinho usando uma caixa de papelão, né?
E, vejo um monte de carinhas
dizendo que não, que não sabiam brincar de carrinho....Eu insisto:
---E de avião? De navio? De trem?
De submarino? De espaçonave?
As mesmas feições, só que agora
mais curiosas do que antes.... E muitas falas simultâneas:
---Como assim?
---Tia, não dá pra brincar de
espaçonave....
---Tia, como é que faz, brinca
com a gente?
E lá vou eu, pegar a caixa,
trazer para o meio da roda, e contar para eles como é que eu fazia quando era
criança, como que meus irmãos faziam quando uma caixa chegava no quintal de
casa....Sento dentro da caixa, e começo a dirigir meu carro, pilotar meu avião,
navegar com o meu barco.
Logo havia mais crianças, e
expliquei que o veículo se também se movia, pois uma ou duas crianças poderiam
ser seus motores, empurrando quem estava sentado.
A leitura do “Macaco Danado”
ficou esperando um pouco, enquanto as crianças entendiam como é que se faz para
uma caixa virar brinquedo.
Mas, como me disse um inspetor de
alunos, eles sabem o que é usar um tablet. E, isso é muito bom, saber usar um
tablet. Mas como é bom acabar com uma caixa de papelão de tanto brincar dentro
dela....
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