domingo, 20 de setembro de 2009

Matéria do jornal Folha de S.Paulo, 20/09/09, caderno Cotidiano 2.


Li, no jornal Folha, "Congresso quer obrigar os pais a verem os filhos", e a chamada resumindo a matéria: "... Proposta no Senado quer que seja crime punível com detenção de até seis meses deixar de prestar assistência moral ao filho menor..."


Trata-se de projeto de lei, agora em análise por parte de deputados, que prevê a reparação pelo abandono moral e a possível punição com detenção de até seis meses.


A matéria possui depoimentos, claro, tanto de adultos que sofreram diante do abandono moral dos pais, com formas diferentes de lidar com essa questão. Também tem o depoimento de uma mãe cujo filho de três anos questiona a ausência do pai, e deste último, que se justifica.


Fiquei instigada por essa problemática, afinal é a proposta de um projeto de lei por abandono moral, e não por abandono financeiro - que alías já existe e de vez em quando coloca jogadores de futebol na cadeia...


Mas, como instituir o "apoio moral", para não utilizar a palavra "amor", citada por alguns na matéria, por meio de uma lei?


Fica a questão.

Por APSR.
IMAGEM: "A FAMÍLIA", 1925, DE TARSILA DO AMARAL.

sábado, 12 de setembro de 2009

Sobre o que será que se fala...





O QUE SERÁ (À FLOR DA PELE)


Chico Buarque (Brasil) - 1976






O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar

E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores que vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo



(Quadro "Angústia", de Siqueiros.)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sugestão: "A Onda"

Filme riquíssimo, com muitas possibilidades de discussão. Baseado num fato ocorrido na década de 60 nos EUA, a história é transposta para a Alemanha atual, cenário rico devido ao passado concreto de nazismo.

Há muitos aspectos para discutir sobre o filme, mas ressalto a problematização sobre a adolescência e os dilemas e angústias que nós percebemos, no decorrer do filme, que os adolescentes vivenciam.

Não saber o que fazer também é um dilema, principalmente numa sociedade em que a personalidade mais pesquisada no google é uma "atriz" chamada Paris Hilton, como desabafa um dos personagens.

Também fica evidente a necessidade de se pertencer a um grupo, e ser um entre outros, mas ser destes outros, acima de tudo. Proteger e ser protegido.


O filme ainda não chegou à Baixada Santista, mas deixo a indicação dos seguintes locais em sampa:


Unibanco Arteplex - R. Frei Caneca, 569, São Paulo - SP, 01307-970 - Mapa16:10 19:30 21:40
HSBC Belas Artes - R. da Consolação, 2423, São Paulo - SP, 01301-100 - Mapa16:30 18:30 20:30

Postado por APSR.

A Onda (Welle, Die, 2008) »
Direção: Dennis Gansel»
Gênero: Drama»
Origem: Alemanha»
Duração: 101 minutos»
» Sinopse: Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.